14 julho 2011

Fresca estupidez

Quando a tormenta já havia baixado guarda e os ventos pouco a pouco direcionavam-se com tranquilidade, voltei a tumultuar o meu recente sossego. Abri as portas que havia passado a chave e deixei à mostra tudo que durante os últimos dias havia conseguido tão bem esconder. Então estava tudo escancarado, desprotegido outra vez. Meus sentimentos pulavam dentro de mim em desordem, gritando loucuras que preferi fingir não escutar. Cada pequena parte de mim queria fundir-se com aquilo que via, transformando tudo mais uma vez em amor. Este que eu tinha jurado ser apenas passageiro.
Porém estava tudo ali: Lembranças frescas, cheiros fortemente marcantes e teu rosto. Eu remexia as fotografias de um passado que já não era mais amigo meu. Inutil, inconsequente, tardiamente. Talvez apenas para provar o que eu tinha me proibido com tanto esforço. Quem sabe talvez para recordar os dias em que fui mais feliz do que nunca. Ou para talvez amar-te uma vez mais.
O único sofrimento que jamais doeu.

2 comentários:

  1. lindo texto, parabéns pedro!

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  2. não vai fazer diferença, mas não sei se tu percebeu que postou esse texto às 13:13 ^-^

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