12 junho 2011

Agora & Depois

Tão irônico que não quis creer.
De um lado a imensidão silenciada e adormecida. Do outro, o barulho de uma noite incomum.
E você no meio.
Era como uma divisão. Entre o instantâneo e o duradouro. O agora e o depois.
Quis escolher um lado. Mas não era muito cedo?
Ali dentro, lá fora.
O meu corpo repousou exatamente igual ao teu. Derrubado, rendido.
Você pode lembrar o meu nome?
Havia frio circulando por dois lugares. Meu corpo e no depois. O vento invisível no céu negro.
E atrás de mim tão quente. No que eu chamei de agora.
Porém eu queria prolongar. Levar adiante a intensa novidade. E o por que disso?
Responda-me você.
Há uma ironia existente aqui. Entre o certo e o errado. O impulso e o medo de arrepender-se.
Mas não havia erro. Havia eu e você. O agora e o depois. O agora ou o depois.
Então fiz o que achei ser o certo. Meus lábios e os teus.
Do lado de fora. No depois.
E pensando bem comigo mesmo eu tento entender:
Por que eu?
Responda-me você.
Já eu, posso dizer que nunca encontrei um depois tão incrível. Encaixavelmente ofegante.
E hoje meus desejos modificaram-se. Eles te chamam.
Porém eu não quero esconder-me em um mundo tão pequeno.
Então você pode mudar isso?
Talvez pelo momento tenha sido bom. E irônico outra vez.
Nada de testemunhas. Então acabamos por ocultar do lado de fora. Que foi o depois.
Se tivéssemos encarado o que temias e enfrentado qualquer um... Bem, este teria sido o agora. E ele é tão passageiro.
Perceba meus sentimentos de cabeça para baixo. Não lhe é familiar?
Responda-me você.

Tolice

E o meu amor ele é assim
Tímido e silenciado
Visível aos olhos perceptivos
Distante das almas embriagadas

Voa e repousa quando encontra
Lugar qualquer é porto seguro
Não digo que permanece ali paciente
Porém recolhe o que de melhor encontra

E aí quando o aprisionam
Céus!, quase afogo em esperança
Passo a não ver mais o que preciso
Então absorvo o que não convém

Mas que falta de sorte!
Ou de raciocínio lógico talvez
Qualquer indivíduo poderia enxergar
A paixão mascarada de amor

Quase sempre é muito tarde
Percebo que até amanhã não é para sempre
E o amor fez de mim um tolo outra vez
Todos sabiam, menos eu

08 junho 2011

Feliz aniversário

Tenho um presente pra te dar, mas não tenho teu endereço. Tenho um par de músicas para lhe mostrar, mas prefiro as deixar guardadas para que um dia, com sorte, você as ouça na rádio e saiba que foram escritas para ti. Tenho uma coisa que penso ser uma das mais belas lembranças, porém não posso entregar agora. Você também verá um dia, por conta própria. Mas então por que diabos eu estou aqui, se não tenho nada pra lhe dar? Entregar minhas palavras também seria burrice, pois elas já me traíram tantas vezes... Podes ter certeza que nunca foram mentiras todas as coisas que te disse, porém a minha palavra é algo que meio que se perdeu nesse nosso tempo que estivemos em contato. Se contradisse, e talvez para ti agora de nada mais valha.
Então eu estou lhe dando o meu amor. Vamos, pegue-o para você, é um presente. E, sendo isto, você pode fazer o que quiser com ele: Usar, abusar, descartar e até mesmo trocar. Eu não me importo, pois é a única coisa que tenho a te oferecer. É uma grande coisa para mim, talvez não o mesmo para você.

05 junho 2011

Substituição

Cansei de perguntar-me se não fui o suficiente, então comecei a procurar novas perguntas para descobrir o porquê de não ser eu quem preenche cada curva do teu coração. Então facilite, responda-me: Ele é o que você sempre esperou? Traz o teu sorriso à tona como eu sempre soube tão bem fazer? Liga antes que você vá dormir só para ouvir a voz dele uma última vez, caso você não volte a acordar? Ele te faz pensar na vida de um jeito completamente inesperado? Os momentos que passam juntos não se comparam aos que para nós já são passado? Ele é melhor?
Certo, talvez eu deva apenas engolir o meu orgulho e fechar os olhos. Aceitar o término do que tão bem havia começado. Creio que ele não seja igual a mim e que as respostas para as perguntas acima não sejam positivas, porém ele tem o teu amor agora. Ele pode não ser melhor, mas quem disse que foi isso que você sempre quis?

03 junho 2011

Revanche

Quando a sua mente repousar e nada mais ocupá-la, sou eu quem irá aparecer. Ao olhar as fotografias que um dia eternizaram momentos felizes, você se arrependerá de ter me deixado. No momento em que pensar em respirar, estará ali o meu perfume para tu lembrar de mim. De teus sonhos farei pesadelo, e teus dias transformarei em queixosos meses. Tuas novas tentativas de encontrar alguém que irá te amar como eu fracassarão, pois meu rosto estará presente em qualquer face que circulará perto de ti, e os corações estarão tão fechados como o meu. Amor não preciso dizer que você deixará de sentir, pois eu duvido que você o tenha feito algum dia. E lábios tão sinceros como os meus que disparam palavras (um dia elas foram as melhores, tu sabe) estarão escondidos. Assim como eu. Oculto, longínquo, apenas uma recordação de teu passado. Por fim te peço, por favor: Não encare como uma vingança. Agradeça, isso sim.
Por ser eu a te ensinar a nunca mais foder com os sentimentos de alguém.