24 setembro 2011

Onde está

Existem uns sorrisos faiscantes
Tentando em quietude me persuadir
Não sei se espero mais um pouco
Ou os tomo todos para mim

Minha mente diz já estar cheia
Coração está vazio, rotineiro e cansado
Então alguém pode me responder
Onde está quem eu quero ao meu lado?

Creio que um pouco distante se encontra
Mas isso já não me cabe afirmar
Não conheço a cara, nem mesmo o nome do amor
Mas correria o risco de até cego provar

Na verdade o que eu tenho é medo
De não mais conseguir permanecer sem alguém
Render-me no último momento a um sorriso
Tão passageiro que até me entretém

Então vou esperar dois ou três dias
Ignorando o sorriso mais lindo do mundo
Mesmo que o quisesse, talvez jamais o teria
Nem mesmo por um sigiloso segundo

13 setembro 2011

Peças dispersas

Você é aquele amor insistente, que volta quando deseja. Não pede permissão e também não entra pela porta da frente, somente em sonhos é que me beija. Silencioso, vem pelos fundos, quase imperceptível. Mas daí me agarra com aquela força que mal consigo raciocinar. Como se amor e lógica andassem juntos! Assim como tu e eu, remotamente impossível de acreditar. E você, meu amor, é sim um quebra-cabeça. Desses tão infantis que facilmente podemos montar. Mas tu, com esse seu amor engraçado, faz de mim um tolo. Incapaz, inocente, desorienta-me apenas por existir. E aí... Bem, quisera eu ter como juntar cada peça e compreender. Tão difícil! Por que? Meu quebra-cabeça é você.

11 setembro 2011

Enfim

E então você se foi. Desprendeu-se de mim com suavidade semelhante a de uma brisa leve, meramente invisível. Partiu sem dizer adeus ou volto logo. Tampouco qualquer palavra. Acho que foi até melhor assim. Desapareceu de súbito, em momento inesperado, apenas porque já era hora de ir embora. Creio que nunca saberás quanto pensei em ti, em mim, em nós dois. Estou certo de que seria engraçado caso você um dia voltasse no tempo, para quando havia você e eu, mesmo que por apenas uma noite. Não imagino que consigas - muito menos que queiras - recordar tamanho erro tão bonito. Lembrar de nós dois seria estupidez. Porém o que construímos a um par de meses atrás... Bem, ninguém conseguiria destruir tão rápido quanto fizemos. E obviamente a escolha de trazer tudo abaixo fora tua.
Talvez nunca saibas quanto foi bom ter sentido tudo com tão pouco. Talvez nunca saibas quanto doeu. Não lhe ter junto, quando ambos estávamos sós. Não lhe ver sorrir, quando ambos chorávamos. Não lhe ver me amando do mesmo jeito que lhe amei. Quem culparia tanta burrice mútua? Quem julgaria o errado tão fortemente a ponto de parecer correto? Certo, eu apenas adimitiria que, ao procurar o amor, você acabou dando adeus para o mesmo.
Eu lhe disse que um dia chegaria ao fim. Essa minha insistência de querer impossibilidades... Essa carência que só você poderia acalmar... Esse meu suicídio calado que tu causou... Bem, levastes embora consigo. E, por favor, não ouses regressar. Prometo não estar aqui, e meu olhar bobo não irás mais encontrar. E quem irá lhe dizer, enfim, que agora não lhe amo mais?


eu nunca pensei que teríamos um último beijo.