27 outubro 2011

Partida

Peito pequeno, comprimido
Demasiadamente reduzido
Por não lhe ter

Hoje aqui comigo
Correndo perigo
Quem sabe no infinito se perder

Sentimento inacabado
De um coração magoado
Que me faz crer

Amar não é castigo
Somente um simples vício
Que insiste em lhe querer

E nessa noite sem luar
Meu amor foi viajar
Será que tarda a regressar?

Minha sede de ti

Estes abraços, quando recebo, já não são fortes o suficiente. Transformaram-se em passageiros, o maior atributo de quem os oferece. Este amor que podes dar para mim é muito menor do que aquele que preciso. Venho cambaleando meio fraco, com sede de paixão prolongada que está tão díficil de se encontrar. Há, vez que outra, alguns ecos tão perto e tão longe que tentam me sufocar em um prazer imaginário que se estabelece apenas como o que chamam de ilusão. Mas não há realidade no inexistente, e portanto não há eu em você.

25 outubro 2011

Jamais meu

E é a cada pôr do sol que imagino o teu sorriso logo ali, gritando por meu nome. Corro contra o vento quente de verão, mas te escondes com tanta facilidade. Passo então a observar cada sombra, procurando vestígios de teu esconderijo. Sigo pistas que só fazem parte de meu subconsciente e, quando por um minuto o sol se vai, fico ali sem saber o que fazer. Brinco com as folhas secas, pulo no ritmo de uma nostalgia nunca vivenciada. Abraço teu abraço que não vêm, mas que do mesmo modo eu sinto. Beijo a invisibilidade que sempre foi uma característica nossa. O sorriso em meu rosto demonstra tudo que tu és para mim. Assim essencial, desse mesmo jeito, sem mudar nada. Aos poucos vou lhe conhecendo a partir de troca nenhuma, sustentado apenas pela minha vontade inexplicável de querer tomar para mim tudo aquilo que diz respeito à você. Não para tirar-lhe o que te faz feliz, e sim para que venhas até mim procurar motivos para continuar sendo quem és. Isso. Tudo isso. Tudo tão... Jamais meu.

13 outubro 2011

114 Mundos

Fecho os olhos, não mais vejo
Cada rastro de amor que deixou por aqui
Apenas imagino aquele beijo
Que há dias venho esperando de ti

Querendo agora que me abraces muito
Porque tu és quem venho procurando
E agora confesso-te meu único intuito
De viver apenas de amor brincando

Venho tentando entender o real porquê
De teres, sem nenhuma intenção, levado consigo
Aquele meu coração que teu nome gravei
Sem saber nem por qual motivo

Talvez seja mais fácil que estejamos afastados
Você somente no fundo de minha mente confusa
Até porque se estivesses na rua ao lado
Coração pararia, minha fala seria muda

E outros rostos as vezes fingem ser você
Como se eu pudesse ser mais tolo que já sou
Mas quando falo podes em mim crer
Que de longe eu saberia identificar o amor

O quanto me conheces eu acho engraçado
Ninguém jamais ousou assim me capturar
Mesmo que tu não tenha tido uns planos traçados
É tarde demais para deixar de pensar

Só peço para que não tenhas medo
Pois tantos já leram estas silenciadas palavras
Fugiram antes mesmo de entenderem o segredo
E eu nem tinha dito que os amava!

Então darei algumas voltas pelos mundos
Maldita distância que me impede de entender
Que mereço o nada, porém dá-me o tudo
Cento e quatorze me separam de você

Essa coisa que já virou rotina

Eu estou me esquivando o máximo que consigo. Escapando pelas esquinas mais escuras, dando passos rápidos quando alguns postes ousam me iluminar. Nos últimos dias prefiro vir andando pelas sombras, utilizando lugares desconhecidos para evitar aquilo que já me é de natureza extremamente conhecida.
Posso lhe afirmar que estou silenciando, por mais uma vez, vários de meus sentimentos que pipocam descontrolados aqui dentro. Venho disfarçando sorriso bobos para que não notem que tudo se repete. E isso até para mim mesmo. Também estou reprimindo aquilo que já deixei me invadir tantas vezes, porém todas elas foram necessárias para que agora eu aprendesse a tomar um pouco mais de cuidado. Essa coisa que já virou rotina deveria, de fato, soar para mim como algo já desbravado, conhecido de cor. Porém é o contrário, absolutamente. A cada nova chance que custo a dar... Bem, isso aparece renovado. E eu sei explicar bem o porquê.
Acontece que venho escapando - ou, ao menos, tentando - do amor. E a cada nova possibilidade que esta coisa rotineira encontra para me preencher, eu descubro que mal a conheço. Isso porque sempre são novas pessoas que fazem questão de me fazer sentir um pouco dessa mistura que já trato como exercício de paciência.
Há muito sobre o amor que eu não sei. E agora eu não paro de pensar que estou prestes a começar uma nova jornada em busca de um pouco mais de informação sobre.

02 outubro 2011

Os amantes dançam quando sentem o amor

Toca alta a canção que me faz lembrar você. Em um silêncio contraditório por ser alto demais, mexo braços e pernas no ritmo das batidas, porém eu não atreveria a rotular minha desastrada euforia de dança. Na mente, no corpo, e quase invadindo o coração, aquele mesmo sentimento: O novo de novo volta a me atacar. O desconhecido que me atrai, me sustenta, me faz querer dar uma chance para aquilo que todos sabem que é amor. Por enquanto, porém, trata-se apenas dessas descobertas tuas que me fazem sorrir. Pequenos detalhes, estrofes sem rimas de tua vida que me fazem querer te repetir em mim como música. Exaustivamente. É tudo tão intenso e absurdamente bom. Os dias passam devagarzinho, assim como a velocidade que cresce tudo relacionado a você aqui dentro. Eu agradeço por ser deste jeito. E as noites, em especial, não foram mais as mesmas após lhe encontrar. Brinco com as estrelas enquanto a lua escuta pacientemente calada os meus segredos. Apenas ela, tão perto e tão longe, poderia dizer o quanto te quero mais perto.