20 abril 2012

Pizza & Guaraná

Estava eu me dirigindo para mais do mesmo: rendia-me ao amor como uma presa sem poder de fuga. É, eu tropecei na armadilha plantada por sei lá quem. Naquela mesma semana em que encontrei meus projetos futuros todos atrelados a ti, percebi que havia voltado a cair naquele abismo ilusório onde minha realidade sem ti já era algo que simplesmente não me convencia. Em nós dois eu via o futuro sem nem conhecer o teu passado. E, quanto a isso, eu tampouco me importei. O que me valia, na verdade, era a certeza de que tu me fazias bem - e ninguém gosta de enxergar o que é real quando se encontra apaixonado. Assim, o estrago já estava feito, e eu sabia que cedo ou tarde iria me machucar por ter permitido um pouco de amor mais uma vez. Eu só não pensei que, tão rápido, quem me machucaria serias tu.
Acabei por descobrir quem tu eras, e desta vez nem tive tempo de que isso fosse feito por minha própria conta. Abusastes da sinceridade, então antes de pensar que me feristes, preciso lembrar que tu me salvaste de ti mesmo. Deste a mim a carta branca para decidir então o que fazer, e novamente um erro teu: colocar escolhas nas mãos de librianos é sinônimo de não se esperar muito. Mas, bem, tentei pensar um pouco naquilo que seria uma melhor pedida. Naquele momento, eu e você poderíamos ser tanto pizza & Guaraná, quanto veneno e corpo fraco. Sim, decidir entre o bom e o ruim é algo tão fácil - se você souber com qual está lidando -, mas eu nunca fui muito bom em adivinhações. Então como saber se eu poderia te perdoar, quando nem mesmo havia vontade para tentar?
Sim, tu estragastes tudo. Depois de cair na tua emboscada e enroscar-me em teu amor, tu foste lá e tirastes tudo. Tu me proibiu a ti mesmo, porém eu nunca pedi por isso. Mas, sabe, creio que por ti eu lutaria. Antes que eu mude de ideia, vem. Ou melhor, volta. Aproveita este meu momento, que nada mais é do que um reflexo dessa 'idiotização' que o amor nos proporciona, e cai também nesse abismo para que, juntos, talvez consigamos sair. Sem ti eu não consigo, e contigo - no momento - não me soa tão inaceitável assim. Então, como prova de minha estupidez (maldito seja o amor!), esqueça o veneno e deixe-me nos transformar unicamente em pizza & Guaraná?

16 abril 2012

Medo de quê?

Estou com medo - diria eu se estivesse em uma consulta com algum psicólogo. Mas... Medo? Medo de quê? Bem... Eu não tenho me reconhecido. Estou com medo é de mim mesmo. Quer dizer, eu hoje acordei e em questão de minutos estava dançando em meu quarto ao som do blues que vinha do apartamento de cima. Girei e girei enquanto sorri. Isso tudo com direito à bis. Já durante a tarde, assei um bolo com tanto açúcar que qualquer diabético não suportaria. Acho então que comentar sobre ter finalmente deixado o mau humor de lado e passado a cumprimentar até mesmo o poodle com laço de strass da vizinha do décimo primeiro seria o bastante para comprovar a minha loucura. Então me diz, doutor, qual é o meu problema. Transtorno Bipolar, Esquizofrenia ou seja lá qual for o nome que estão dando agora? Diga logo qual é o meu desvio mental que irei de imediato comprar todas as pílulas caras que irão pesar no meu orçamento mensal.
Mas não, o doutor nada me diz. Até mesmo porque eu não fui a doutor nenhum - e aí está outra prova evidente da minha falta de lucidez. E agora o que fazer? Recorro em desespero ao espelho, observando aquele garoto magrelo que sempre pode emagrecer um pouco mais. Hm, este ainda sou eu. Olhos pequenos e lábio inferior protuberante. Tórax largo e pernas finas. Então qual é o diabo do meu problema?! Sem hesitar pego o telefone, digitando rapidamente os números que já sei de cor. Alô, por favor tente me salvar. 'Qual é a emergência, senhor?' - pergunta a moçoila eficaz da Brigada Militar. Espero. Penso. Procuro a resposta. Ah, eu estou diferente, minha senhora. Não é de hoje que não me alimento direito e que rabisco o mesmo nome em qualquer pedaço de papel. Quando não na minha própria pele. Tenho dormido pouco, pensado muito. Mas eu... Eu estou feliz. E creio que como nunca. Estou sorrindo para as coisas mais idiotas da vida e nem sei o porquê.
Após escutar o meu desabafo, dei-me conta de que ela não poderia me ajudar. Policiais prendem, atiram e correm. Eles não receitam remédios ou resolvem dar uma de melhores amigos por telefone. Porém, para a minha surpresa, do outro lado da linha a moçoila estava a rir. Sim, ela continuava ali. Do que estás rindo? O que há de errado comigo? - perguntei em um desespero final. 'Meu senhor, desculpe-me a indelicadeza, porém não há nada de errado com você'. Haha, mas quanta graça. Como se eu estivesse em perfeitas condições. Não, eu não estou normal. Não está tudo bem. Já ia eu reafirmar isto para ela, quando a policial disse aquilo que eu nem mesmo havia possibilitado: 'Senhor, você está apaixonado'.

Eu gostaria que tu soubesse (tradução)

Hoje, ao acordar na cama, descobri que tua alma já não aquece mais nosso reino de apenas um par de noites. Nenhum sorriso para acalmar o meu ser, nem tampouco aquelas palavras sussurradas que chamavam a mim para junto de ti. Estúpido, como eu fui um estúpido! Agora penso que poderia ter guardado silêncio e ficado totalmente vulnerável para que tu pudesses me sequestrar de uma vida que nem mesmo eu soube como viver. Na noite de ontem, era tua voz que meu corpo reconhecia e entendia como a senha correta para um livre acesso teu. Tua boca no meu ouvido, pedindo que te olhasse enquanto eu fechava os olhos. Sim, eu sei que te quis evitar para que o pensamento de te ter não se tornasse algo cotidiano. Não gostava de sonhar que podería te ter se te ter não era por toda uma vida. Te queria como o pássaro quer a liberdade. Te precisava como a lua precisa das estrelas para manter-se iluminada. Te amava como os apaixonados de um filme com final feliz.
É tarde demais até mesmo para pensar em um retorno. Não quero maltratar meus sentimentos uma vez mais, e creio que você não quer se maltratar com a ideia de que poderia um dia ver a mim como teu futuro. A realidade é que já não encaixamo-nos mais porque somos peças de quebra-cabeças diferentes. Aprendemos com o tempo que aquelas noites foram apenas um pouco daquilo que nunca deveria ter existido. Provar-te foi meu pior erro, pois hoje ainda te desejo. E quem sabe por quanto mais? Não, não. Que difícil é deixar escapar por tuas mãos o mesmo que um dia foi teu. Já te segurei tão forte que imaginei que nunca mais te soltaria. Contudo, hoje, o que tenho de ti é somente o que guardei para o caso de perder-te. E, sim, eu te perdi. Resta saber por quanto tempo ainda terei este estoque de você.
Dói, meu amor. Não ver-te me dói. Mas eu gostaria que tu soubesse que fostes a maior parte de tudo o que eu já quis ter. Tu foi a lança que golpeou a mim, o alvo distraído. Mas, por mais forte que seja o disparo, sempre a lança cai. E é inegável não lembrar que a lança deixa um grande buraco no alvo. Por conseguinte, eu gostaria que tu soubesse que não, já não te amo exatamente como amei. Te quero por umas noites outra vez, sim, certamente. Mas agora, deitado nesta cama, imaginando como seria se ainda estivesses aqui, preenche-me a certeza de que somos melhores amantes do que apaixonados. Então, agora que tu se foi, perdoa-me por não ter abraçado teu corpo aquela noite. Eu gostaria que tu soubesse que desejo beijar-te uma vez mais. A última.

15 abril 2012

Me gustaria que supieras

Hoy, por despertar a la cama, encontré que tu alma ya no calenta más nuestro reino de sólo un par de noches. Ninguna sonrisa para calmar a mi ser, ni tampoco aquellas palabras susurradas que llamavam a mi para junto de ti. Pendejo, como yo fui un pendejo! Ahora pienso que podría haber guardado silencio y quedado totalmente vulnerable para que tu pudieras me secuestrar de una vida que ni mismo yo supe como vivir. En la noche de ayer, era tu voz que mi cuerpo reconocía y entendía como la contraseña cierta para un libre acceso tuyo. Tu boca en mi oreja, mendigando que te mirasse encuanto yo cerraba los ojos. Si, yo sé que te quis evitar para que lo pensamiento de tenerte no se covertise en algo diario. No me gustaba sueñar que podría tenerte si tenerte no era por toda una vida. Te quería como el pájaro quiere la libertad. Te necesitaba como la luna necesita de las estrellas para mantenerse iluminada. Te amaba como los apasionados de uma película con final feliz.
Es demasiado tarde incluso para pensar en regresar. No quiero maltratar a mis sentimientos una vez más, y creo que usted no quiere maltratarse con la idea de que podría un dia ver a mi como tuyo futuro. La realidad es que ya no encajamonos más porque somos piezas de rompecabezas distintos. Aprendemos con el tiempo que aquellas noches fueron sólo un poco de lo que nunca debería ter existido. Probarte fué mi peor error, porque ahora aún te deseo. Y quién sabe por cuanto más? No, no. Que difícil es dejar escapar por tus manos lo mismo que un dia fué tuyo. Ya te sostení tan fuerte que he imaginado que nunca más te soltaria. Con todo, hoy, lo que tengo de ti es solamente lo que guardé para el caso de perderte. Y, si, yo te perdi. Queda por ver cuanto tempo aún tendré esta mercancía de ti.
Duele, mi amor. No verte me duele. Pero me gustaria que supieras que usted fué la mayor parte de todo lo que ya he querido tener. Tu fuíste la lanza que golpeó a mi, el blanco distraído. Pero, por más fuerte que sea el disparo, siempre la lanza se cae. Y es innegable no recordar que la lanza deja un gran agujero en el blanco. Por consiguiente, me gustaria que supieras que no, ya no te amo exactamente como he amado. Te quiero por unas noches otra vez, si, por supuesto. Pero ahora, acostado en esta cama, imaginando como sería si aún estivieras aqui, llename la certeza de que somos mejores amantes que apasionados. Entonces, ahora que te fuíste, perdoname por no tener abrazado tu cuerpo aquella noche. Por lo fin, me gustaria que supieras que deseo besarte una vez más. La ultima.

12 abril 2012

Metade romance, metade drama

Tu, que não és fogo nem pedra
Não queima nem me quebra
Abusa do silêncio a fim de me atormentar


Você, que da realidade me acorda
Insiste naquela mesma história
De que amor não se pode inventar


Vós, a quem falta iniciativa e coragem
Menos mentira e mais verdade
Abra uma exceção antes de tardar


Ele, que agora rapidamente te tira de mim
Sabendo desde o início o quanto te quis
Para que possa sem pena alguma espalhar


Que eu, parte cômica desta trama
Metade romance, metade drama
Tornei-me personagem secundário sem reparar

10 abril 2012

Teus dedos

Metade da madrugada e continuo a observar. Meu bem, o olhar aqui é cauteloso e não deixa nada escapar. Vigia de canto, fotografa os momentos mais interessantes. Olhos meus viciados em cuidar cada curva de ti. E aqui de onde estou nada deixo passar. Existem movimentos que eu não aguento, existem situações que eu gostaria de evitar. Analisando teus dedos em silêncio é tão fácil de discernir. Enquanto eles agarram algo que não sou eu, estou aqui como tolo mendigando um olhar de ti.
Então creio que estão todos a rir de mim. Pobre rapaz, mal pode compreender. O amor de ontem já virou passado, e o de hoje é preciso manter. Mesmo que não queira, mesmo que não seja suficiente. Mas teus dedos eu gostaria de tocar novamente. E agora eles enlaçam outros. Estes mesmos dedos que já percorreram vagarosamente o meu corpo do início ao fim, que já massagearam meus lábios e cravaram em meu peito como tiro de estopim. Você se recorda de quando teus dedos foram os únicos capazes de me calar? Era uma noite fria como a de hoje, porém naquela você estava lá para me segurar.
Machuca saber que se foi. Tornar-se apenas lembrança nunca foi o que desejei de ti. Porém, agora vendo teus dedos digitando mensagens para outro, o meu único querer é fugir. Por favor, dê-me um tempo para respirar, sei que estás longe mas por que então continuas por perto? Crava uma estaca em nós dois, cauteriza a ambos, acaba logo com esse nosso futuro incerto. Imploro-te que se afaste, mas que seja de imediato. Não quero ver-te mais, talvez apenas por hoje, quem sabe um pedaço de amanhã também. Na verdade eu não quero é ter de morrer no terceiro ato.

06 abril 2012

Maldita hora

Meia noite e eu espero. Luzes apagadas e um silêncio proposital. Não fecho os olhos pois temo acordar já no dia seguinte, e prometi à minha consciência que conversaríamos hoje. Então eu estou aqui, na quietude de meu quarto transformado em sala de espera. Vem e me explica como vai ser, pois para mim ainda não ficou claro. Fala baixinho que o teu ciúme é assim e não vai mudar. Eu lhe direi sem nem recear que gosto muito dele. Enquanto tu percorre o meu corpo com o teu dedo indicador, ouça as minhas reclamações. Meu bem, eu amo demais, sinto mais do que deveria. Demonstro tudo tão descaradamente. E eu preciso de uma resposta, um sinal de fogo. Devolva-me o que te dou, mostre-me um pouco de você também.
Quando o teu dedo para em meus lábios - o sinal claro para que eu cesse com as palavras -, fecho os olhos pela primeira vez. Espero novamente, quase petrifico-me no mesmo lugar. Essa cama de solteiro que agora serve para dois será testemunha mais uma vez de como eu sou uma presa tão fácil para ti. E é aí que a tua boca chega devagar, cumprimentando a minha em uma saudação melodiosa. Eu sempre soube que elas se encaixavam tão bem, até mesmo quando eu não podia prová-la. Dançando juntos nós perfuramos a noite e a transformamos em madrugada. Nessa hora dedos já se tornaram mãos e os nossos corpos enroscam na tentativa de se completar. Compõem-se então a vontade. Nós, as duas peças de um quebra cabeça recomendado para crianças acima de três anos. Tão fácil de montar.
Ar quente, aos poucos não consigo mais respirar. Mas de novo estás lá, em prontidão para me socorrer. Respiração boca a boca. Peito contra peito. Batidas cardíacas aceleradas. A minha pele reconhece a tua e queima em uma vontade indubitável. Coleciono em meu interior partículas de ti. Roubo a cada segundo algo que me agrada, sem nem pensar que ainda não tivemos uma conversa. Pare, pare de me beijar. Estou bravo, não quero prosseguir com isto. Precisamos esclarecer essa relação, porém isso se torna impossível quando cravo as minhas unhas nas tuas costas, deslizando-as na intenção de provocar uma dor satisfatória. Percebo então que esse é o teu jeito de se doar para mim. Tua pele nutre meu ser do mesmo jeito que te supro com amor. Está aqui a nossa troca, é assim que funciona. Maldita hora que eu escolhi para conversar. Quem sabe então não deixamos aquela discussão para amanhã. Até lá, por favor, mantém a tua boca na minha.

01 abril 2012

Carrinhos de supermercado

Estava comparando o preço entre Trakinas e Passatempo. Sempre gostei das duas, então o meu critério de desempate se vale a partir da inflação. Bem, acho que hoje a primeira levou a melhor. Coloquei dois pacotes no carrinho e dirigi-me até o outro corredor do supermercado. Parei em frente a prateleira de massas. Droga, essa era a que eu e você costumávamos comprar todos os finais de semana. Mesmos ingredientes, diferentes molhos a cada vez. Uma receita minha e tua. Estiquei o braço para pegar um pacote, porém pensei antes de fazê-lo - algo inédito para mim. Hoje eu decidi não levar um pouco de você para casa.
Mudei logo de corredor para que nenhuma lembrança nossa pulasse do fundo da piscina de minha mente. Afoguei todas para que elas lá permanecessem, presas com âncoras mais pesadas do que a minha vontade de te ter de novo. Brinquei com o carrinho de supermercado que controlava, pois esta é uma das únicas coisas que me dão o direito de controlar mesmo, e confesso que acabo virando uma criança com ele em mãos. Tanto que corri mais do que deveria e só o parei quando atingi alguém. Olhei para cima, pronto para me desculpar, e a minha vítima era você. Um acidente então nos uniu outra vez, mas a batida não foi forte o suficiente para livrar você de mim. Disse o seu nome por instinto, e você apenas respondeu com um olá típico. Eu sempre os odiei. Mas, para a minha surpresa, as tuas mãos não traziam um produto que continha preço, propaganda e embalagem atrativa. As tuas mãos seguravam um outro alguém.
Olhei para a tua nova companhia e mentalmente procurei acreditar que se tratava de apenas uma amizade. É claro que é. Estamos falando de um final de semana, e vocês dois apenas decidiram ir juntos ao supermercado para comprar algo para passar o dia. Mas... Espera aí. Sabonetes, produtos de limpeza e comida congelada? Isso na mão da tua companhia é uma lista de compras? Eu mal pude acreditar. Você já estava dividindo a sua pasta de dentes enquanto eu ainda estava queimando todas as fotos que tiramos juntos - e as apagando antes que o fogo atingisse o seu rosto perfeito, é claro. Ei, espere mais um segundo, aquilo no canto do carrinho de compras de vocês dois é um pacote da nossa massa? Quem você pensa que é para reproduzir a nossa felicidade com outro alguém?
Sorri em desespero enquanto puxava o meu carrinho para trás. Desviei de ti assim como tu fizestes quando me deixastes. Lancei-me uma última vez no teu par de armadilhas oculares que em tantas noites me chamou para a cama sem nem mesmo tu precisar abrir a boca. Neste momento tentei imaginar se a nova parte de você já havia conhecido o teu irmão caçula e o conquistado como eu o fiz. Pensei se ela deu, ou vai dar, o melhor dos presentes de aniversário - pois eu sei que o dei. Talvez ela nem mesmo saiba que você gosta de bastante pimenta nessa massa que vocês, a partir de agora, irão preparar juntos. Você já contou sobre ele para a sua mãe? Pois eu não estou muito certo de que a minha antiga sogra irá gostar dele tanto quanto gostava de mim. Sem querer parecer o teu melhor ex amor, é claro. Mesmo tendo sido.
Dirigi-me para o caixa, e enquanto fui colocando os produtos na pequena esteira rolante, observei o estrago que fiz. O chocolate que escolhi foi aquele que você me deu de presente em nosso primeiro encontro; o quilo de frutas foi você quem me disse que eu deveria aprender a comer para o meu próprio bem; e até mesmo aquele pacote de Trakinas foi você quem me ensinou a gostar - pois uma vez eu nem mesmo curtia biscoito recheado. Mais alguma coisa?, perguntou a menina cansada trabalhando no caixa. Olhei para tudo, olhei para ela. Saí correndo dali. Como eu já disse, hoje eu decidi não levar um pouco de você para casa.

(Crônica premiada no 46º Concurso Anual Literário de Caxias do Sul - 2012)