11 abril 2013

Eu sou Feliz(e)Ciano

Parem de xingar o tal do Marco Feliciano. É perda de tempo. Creio que, em uma comparação tão satírica quanto este causo, seria o mesmo que exigir uma boa redação de vestibular de um analfabeto. Logo, não culpem um Deputado que aparentemente não soube ler. Até porque, a Bíblia é clara: 'Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos'. Então me diz, Pastor Feliciano: o que foi que a sua religião te ensinou?
Pois a minha foi muito clara. Aprendi em primeiro lugar a conviver em sociedade. Uma vez que ninguém vive sozinho, devo tratar com respeito ao próximo - sabe-se lá quando vou precisar dele para que me empreste uma xícara de açúcar ou até um pouco de seu sangue raro? Também aprendi na minha religião que ninguém é maior do que ninguém e, principalmente, que a vida dos outros não é a minha.  Então, se para fulano aquilo o faz se sentir bem, que mal tem? Isso é tão fácil. Não precisei de igreja nenhuma para me ensinar. Eu te digo, Feliciano: A minha religião sempre foi a do amor.
Nascemos livres e iguais em dignidades e direitos - já diz o Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Todos somos célula, somos massa corpórea que só deixa de ser ínfima e insignificante porque um coração nos foi dado de presente. E, nele, o sentimento. Este que se contrai por um, se expande por outro. Sentimentos são incoercíveis, cegos, blindados a ponto de não pedir nem o nome na porta de entrada. Que dizer de uma mãe que ama um filho logo quando ele é apenas uma pequena bolinha dentro de seu ventre? Inexplicável. Agora vem cá e me diz, inFeliciano: por que a felicidade alheia é um incômodo para você?
Ninguém entende o sentimento, ninguém sabe explicar, ninguém o escolhe e ninguém o controla. Acontece. Ou você acha que um homossexual escolheria continuar sofrendo o preconceito que frequentemente sofre, caso orientação fosse opção sexual? Abra os olhos, Feliciano. Ninguém escolhe ser infeliz como você está escolhendo ser.

Caríssimos, sugiro que parem com as suas revoltas direcionadas a um Deputado que está no lugar errado. Mudem o foco, mirem naqueles que o mantém ali - ou, se não, mirem em algo maior (convenhamos, não é difícil). Mantenham a classe, o bom senso (aliás, coloquem-nos em jogo). Ensinem o que é respeito a quem ainda não sabe. Se a questão aqui é o amor entre duas pessoas do mesmo sexo, favor utilizar-se desta arma propriamente dita. O amor resolve tudo.
Por fim, que todos nós sejamos como o céu. Feliz e ciano. Este que, sendo o único a estar de fato acima de nós, provavelmente dá risada perante a uma discussão tão inútil quanto a felicidade e o bem estar alheio. Afinal, só não entende o amor quem nunca amou - do peixinho de aquário durante a infância, até a paixão da vida inteira.
Então vem aqui e me responde, Feliciano: o que é que você ama?



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