24 novembro 2011

Foto tua

Quieto em meu canto tentando te esquecer
Vens tu e me atinge como bala de revólver
Indefeso, sou folha seca que voa contra o vento
Dizer adeus percebi que já não resolve

Fecho os olhos e tento imaginar vida sem ti
E aí surge um retrato teu quando a dor já era escassa
Falta ar, há uma seca de amor dentro de mim
Porque foto tua me mata, foto tua é trapaça

Quisera eu não relembrar dos dias em que estivestes
Grudado em meu peito feito o coração que ali vigora
Tudo aquilo que já não mais existe, que continuo a fingir
Há uma existência minha que há muito já foi embora

Então minha sede de ti regressa sem nem pestanejar
E outra vez estou eu lá, a querer-te em contradição
Queria bloquear-te de mim, impedir-te de entrar
Expor que nunca deixei de lado essa nossa complicação

O carteiro já não traz notícias tuas, então tudo acabou?
Há uma insistência finita de crer que não sei jogar
Jogador, joga a dor, joga com a minha dor
Se essa for a condição para que possas voltar

Quieto em meu canto tentando te esquecer
Vens tu e me atinge como bala de revólver

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