01 agosto 2011

Daqueles dias

Daqueles dias onde você se sente o último, e tens certeza absoluta de que fez de tudo para que fosse ao contrário. É quando ocorre aquela redução inconsciente de seu interior que já vinha há algum tempo devastado, e agora você sabe que apenas não pode mais suportar. É quando você sente a falta de alguém que talvez não saiba exatamente o nome, porém está certo de que o quer por perto, sabendo que tudo tornaria-se pacífico caso isso acontecesse.
Daqueles dias quando as ruas estão secas e falta um pouco do brilho quente do sol, refletindo ali os seus maiores sonhos para as próximas vinte e quatro horas. Não há razão suficiente para compreender como toda essa chuva e neblina que cobrem todos os lados ao redor de ti conseguem lhe proporcionar apenas dor e lembranças daqueles que você gostaria de ter deixado presos, escondidos talvez nessa mesma invisibilidade climática.
Daqueles dias em que assistir um desenho velho na televisão e rabiscar esse bocado de palavras basta para você se dar conta de que não quer deixar a sua cama. O seu quarto lhe esconde bem das pessoas que estão fora dele, e exatamente neste momento você tornou-se tão refém delas. Não saber responder o porquê e nem ver uma solução para tamanho desespero interior é o que mais machuca.
Hoje é apenas mais um daqueles dias que não acontece sempre. Porém, quando acontece, você deseja ser o último.

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