14 dezembro 2010

Nicotina

Não é questão de sentir a tua falta, porque eu estou quase certo de que não dou a mínima importância para isso. É só que... Bem, foi hoje quando percebi que ao capturar qualquer olhar castanho, os mesmos não remeteram-me imediatamente à você. Foi ao passar por uma calçada qualquer e inalar o cheiro forte de cigarro provindo de um sujeito também qualquer que dei-me conta de que a nicotina voltou a ter o mesmo cheiro irritante, sem graça e horrível como sempre teve. Este, que costumava ser suportavelmente interessante para mim. Não que eu quisesse provar, ou fazer uso de alguma droga composta da tal nicotina. Teus lábios já eram poluídos com a mesma, e eu estava habituado a visitá-los.
Na verdade a minha droga era você.

5 comentários:

  1. Muito bem escrito! Esse trecho escolhido para o final tem bastante a ver com o que você escreveu! Também costumo colocar pequenos paragrafos ao final de meus textos, é o costume das jarchas proveniente da espanha muçulmana. Mas isso é irrelevante no momento! Parabéns, adorei seu texto!

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  2. que lindo, passou um sentimento que não consigo esplicar, só me lembro andando pelo centro de Bauru, SP semana passada e sentindo aquele calçadão ferver de fumantes e no estresse do dia a dia eu desejando um trago e ao mesmo tempo não querendo sentir mais aquele odor.

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  3. Ainda espero a continuação de "Cretinismo", mas me contento a ler seus lindos poemas. Se algum dia eu tiver um namorado, espero que ele sinta as coisas que você descreve ou que, pelo menos, saiba escrever bem à ponto de me deixar apaixonada.
    Você escreve muito bem Pedro e me faz vir aqui todos os dias em busca de algo novo para refletir durante o dia inteiro. Amo os seus textos.

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  4. Amei esse, de verdade.
    Não sei porque passei tanto tempo sem vir aqui, sério.

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  5. Caralho, que puta coisa linda!

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