07 julho 2010

A existência de minha inexistência

Meu olhar petrificado no nada demonstra que já deixei de observar com proeficência o que acontece em volta de meu corpo inútil. As estrelas logo ali, iluminando com dificuldade o pano negro que costumam chamar de céu, presenciam que respiro menos do que deveria. As possibilidades costumavam me cercar, porém agora elas não passam de fantasias criadas pela minha mente, simplesmente inexecutadas. A destruição que devastou toda aquela parte de mim que costumava saber o que 'sentir' significa foi tão grande que fez com que o sangue perdesse velocidade. Corpo é apenas a carcaça encarregada de ainda cuidar da minha alma. Talvez isso seja apenas o começo da morte.
O som das árvores dançando suavemente, embaladas pelo vento. Os meus punhos cerrados, tentando demonstrar o que eu ousaria chamar de força, porém isso obviamente já não me é mais permitido. Se eu ainda pudesse descrever o vazio, diria que ele é o lugar mais doloroso em que você pode estar. Não há ar, é sufocante. Angustiante, traumatizante. Meu tranquilizante.

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