25 janeiro 2013

Veraneio

Era começo de novembro e o meu mar já estava calmo. Após trezentos e cinquenta e oito dias sem te ver, a minha praia estava liberada para banho e novas diversões. A bandeira verde que balançava era a confirmação de que, após um longo período de ressaca, eu havia baixado guarda. Estava pronto, enfim, para uma nova temporada.
Por vezes pensei que tinha sido o fim do verão, e até interditei a praia, isolando o seu entorno afim de não deixar nenhuma brecha aberta para o perigo. Porque ninguém sabe o que um mar violento pode fazer com banhistas desavisados! Porém, após muito trabalho de reparação, o sol voltou a colorir meu mar de água salgada e até mesmo a areia ficou mais fina, leve como um sentimento apaziguado.
E foi aí que você retornou. Bem quando eu não pensava mais te ver por aqui. Que fazes em minha praia em pleno novembro? Ainda faz frio, a água está gelada. Mas, bem, isso é o de menos. Acontece que eu pensava que, para ti, aventurar-se em águas rebeldes era pensamento descartado. Sabe, você certamente conheceu novas orlas e até deve ter encontrado areia mais resoluta para fincar teu guarda-sol. Então, volto a questionar: o que você está fazendo aqui?
Como alegria de veraneio - a qual só se sente uma vez ao ano - surge a tua presença. Desta vez, meu mar está mais calmo e o sol brilha sem oferecer perigos. Então, por favor, fique a vontade. Mas antes prometa, prometa por favor, que não vou ter de lidar com mais trezentos e cinquenta e oito dias para voltar a te ver.


Nenhum comentário:

Postar um comentário